quinta-feira, 27 de março de 2014

Cooperativa Central vai reunir produtores de caju de Apodi e mais nove cidades do RN

A união de 968 agricultores familiares do estado em uma única unidade de beneficiamento e comercialização, em Apodi, permitirá aumento das vendas e melhoria na renda

A atuação da Fundação Banco do Brasil na cadeia produtiva da castanha de caju dá mais um passo para fortalecer o trabalho de 968 agricultores familiares do Rio Grande do Norte. Nesta quinta-feira (27/3), foi inaugurada a Cooperativa Central da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (Cooafarn), localizada na cidade de Apodi, a 335 quilômetros de Natal. 

A Cooperativa Central terá o papel de apoiar a gestão das nove cooperativas de produtores integrantes do projeto, além de beneficiar a amêndoa com cobertura de caramelo ou chocolate, embalar o produto e buscar melhores condições de comercialização. Com a reunião da produção em uma central, será possível reduzir os custos na distribuição e logística e ganhar poder de negociação com a venda de grandes quantidades. 

A ação objetiva apoiar agricultores familiares na formação de empreendimentos solidários e sustentáveis voltados para a atuação ao longo de toda a cadeia produtiva da cajucultura. A iniciativa recebeu investimento social da Fundação BB de R$ 6,8 milhões e abrange comunidades rurais em dez cidades do estado: Portalegre, Severiano Melo, Apodi, Caraúbas, Campo Grande e Assu, na região oeste do Rio Grande do Norte; Macaíba, Pureza, Touros e Vera Cruz, na região do Mato Grande, parte leste do estado. Ao todo, cerca de 3 mil pessoas são beneficiadas com inclusão socioprodutiva. 

A Fundação BB  tem contribuído também com consultoria para o desenvolvimento gerencial das cooperativas de produção, a implantação de 10 mini fábricas junto às cooperativas para beneficiamento da castanha de caju, a assistência técnica na plantação e colheita da fruta e a inclusão digital dos participantes, com a instalação de quatro estações digitais - salas com computadores e acesso à internet. 

As mini fábricas e as cooperativas têm uma capacidade de produção de 25 mil a 27 mil quilos de amêndoa por mês. No entanto, com a seca dos últimos três anos no Nordeste o volume tem chegado no máximo a 5 mil quilos. Apesar das condições climáticas difíceis, os participantes conseguiram garantir a sobrevivência. Segundo a diretora financeira da Cooafarn, Fátima de Lima Torres, o trabalho conjunto das cooperativas, agora reunidas na Cooperativa Central, permitiu buscar a castanha das famílias que conseguiram colher o caju e gerar trabalho de beneficiamento nas fábricas onde não houve colheita devido à estiagem. “Se não tivesse a fábrica essas comunidades não teriam renda”, afirma. 

Uma forma de aumentar a produção é a melhoria na qualidade técnica dos pés de caju. Com esse objetivo, a Fundação BB  apoiou o trabalho de assessoria técnica aos agricultores, que iniciaram, há dois anos, o enxerto de mudas de cajueiro anão precoce nas árvores já existentes. Com o enxerto, os cajueiros vão gerar frutos com castanhas mais uniformes e mais difíceis de quebrar. A meta é conquistar qualidade na amêndoa no padrão exigido pelo mercado internacional e, assim, iniciar a exportação do produto. 

Além de propiciar geração de renda, o desenvolvimento das ações na cajucultura  leva ao fortalecimento social das famílias de agricultores, no momento em que promove o associativismo e a formação de cooperativas. A nova forma coletiva de atuar e o contato com os profissionais enviados pelos parceiros têm estimulado a busca por conhecimento e a melhoria na formação técnica.

De acordo com Fátima, muitos cooperados estão voltando a estudar. Há três turmas em formação, no momento: uma de 25 jovens e adultos no ensino fundamental, outra com 16 pessoas no ensino médio e uma terceira cursando graduação em Gestão em Cooperativismo,  formada exclusivamente para os cooperados, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A proposta é que os alunos de graduação façam o estágio na própria Cooperativa Central, uma forma de criar oportunidades de trabalho e, ao mesmo tempo, de qualificar a mão de obra da cadeia produtiva.

Fonte: Paula Crepaldi.

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