Considerada uma das principais pesquisadoras das consequências ocasionadas pelo agronegócio no País, a médica e doutora em sociologia Raquel Maria Rigotto, da Universidade Federal do Ceará (UFC), em entrevista exclusiva ao JORNAL DE FATO, faz uma dura crítica ao modelo de produção agrícola adotado pelos grandes empresários no Brasil, destacando a Chapada do Apodi, que engloba o Rio Grande do Norte e Ceará, e chama a atenção para os graves problemas na saúde pública causado pelos agrotóxicos usados nos cultivos nestas regiões. "O Brasil vem sendo o campeão mundial de consumo de agrotóxicos desde 2008".
Raquel Maria Rigotto esteve no dia 29 de março ministrando palestra para os agricultores no município de Apodi, tratando exatamente sobre os estudos que realiza na Chapada do Apodi (território cearense). Segundo a professora, o Governo Federal destinou mais de 100 bilhões para o agronegócio e apenas 16 bilhões para a agricultura familiar. O que, segundo a pesquisadora, revela uma distorção perigosa do Governo Federal quando a política de governo tanto de saúde pública como de desenvolvimento regional.
Para a pesquisadora, o modelo de monocultura praticado em demasia no País é altamente prejudicial, pois força o uso de agrotóxico e contribuiu com o surgimento de pragas. Um exemplo de monocultura é a Serra do Mel, que tem mais de 30 mil hectares de pomares de cajueiro. Raquel Maria Rigotto destaca que o modelo do agronegócio praticado no Brasil não é brasileiro e só interessa financeiramente os grandes grupos estrangeiros e a indústria química.
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