quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Balada do Impostor‏ - José de Paiva Rebouças

Meu nome é Paiva, P-A-I-V-A.

Paiva, respondo, como não entendem soletro: P-A-I-V-A, mas acaba que, no final, ainda me chamam de Pádua, Paulo ou coisa parecida. Essa história de soletrar o nome quando o outro não entende aprendi com o amigo Higo Lima. Ele quem inventou essa tática.

Higo: H-I-G-O. Ele atende ao telefone já dizendo o nome e soletrando em seguida para assim manter a identidade intacta.

Um tempo que morei em Natal, passaram a me chamar de Neto. Tentei que me chamassem do primeiro nome: José, mas como me chamo José de Paiva, automaticamente ligam o meu nome com o do presidente da LBV. Um dia fui surpreendido quando alguém me chamou de Neto. Achei interessante e até gostei, pois pareceu-me mais fácil de me chamarem.

Por causa dessa dificuldade virei Jotta. É que ao insistir com o José, acabei no costume da redução. Há essa mania de transformar todo José em Zé, daí para Zezinho é um cabimento. Quando ainda era apresentador de programa de rádio, uma mulher ligou e me chamou de J. Como grande parte dos apresentadores de rádio são chamados de J, assim eu também me tornei um, mas como não gostava, resolvi enfeitar. Criei um e-mail como “jottapaiva” e com esse nome me identifiquei por longos cinco anos.

Depois que saí do rádio comecei a separação. Então passei a assinar minhas matérias com o nome completo: José de Paiva Rebouças e insistir que me chamem de Paiva, somente Paiva, nome e sobrenome em um nome só. Porém, preciso soletrar se não viro Pádua, Paulo, Wagner, Dalton, Saulo, Edilson, qualquer nome que não é o meu, mas poderia. Um dia me chamaram de Jorge, daí fiquei pensando: por que não?

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