terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Fábrica de processamento de castanha está fechada há oito meses

A Unidade de Beneficiamento de Castanha da comunidade rural Córrego, no município de Apodi, está fechada desde o início de 2014, revelou o presidente da Associação de Mini-Produtores de Córrego e Sítios Reunidos (AMPC), Eujânio Geracino.

Ele explica que a seca prolongada na região tem causado prejuízo a comunidade e vê nas ações que poderão chegar a região como um fator importante para a retomada da produção no local.

“Estamos dependendo das ações do RN Sustentável para alavancarmos nossa produção. Estamos parados há quase oito meses e temos tidos sucessivos prejuízos com essa situação de seca há mais de 2 anos.”

Eujânio Geracino comenta que outro gargalho enfrentado pela fábrica diz respeito ao processamento de corte da castanha, que é feito manualmente, o que coloca os trabalhadores em risco e a compra de uma máquina que faz o corte seria uma forma de melhorar o trabalho, mesmo reduzindo o número de empregados no setor.

“Precisamos de uma máquina que faça o corte da castanha. Hoje o procedimento é totalmente manual. Muitas pessoas que já passaram pelo corte tiveram algum tipo de problema. Quando vamos cortar a castanha precisamos utilizar um óleo para que as mãos não sejam queimadas. Temos a expectativa de adquirir uma máquina no valor de R$ 60 mil para otimizar a produção. Com relação as pessoas que não seriam aproveitadas no corte elas seriam colocadas em outras funções dentro da fábrica”, enfatizou Geracino.

Ele ainda ressalta que o trabalho no corte acarreta a perda das digitais por um tempo, pois o contato direto com o Líquido da Castanha do Caju (LCC) é corrosivo. “Durante três meses seguindo trabalhando com o corte o trabalhador começa a perder a digital. Ele tem que parar por um tempo para recuperar novamente a digital. O LCC é muito corrosivo e pode provocar sérios riscos a saúde do trabalhador, principalmente irritando a pele”.

Geracino enfatiza que durante a safra normal a fábrica chega a empregar 25 pessoas, mas que nesse momento de seca o número é reduzido para 15 pessoas ocupadas.

Em conversa com os representantes do RN Sustentável, do Banco Mundial e dos jornalistas que cobriam a visita dos técnicos a comunidade, o prefeito de Apodi, Flaviano Monteiro, disse que o município tem viabilidade e que lutará por outras ações que venham a beneficiar a população. Ele ainda salientou quando as cadeias produtivas estão funcionando o município fica praticamente sem desempregados.

A associação foi uma das selecionadas para participar do Projeto-Piloto de Aliança Produtiva da Cadeia da Cajucultura, com investimento previsto de R$ 330 mil, conforme Plano de Negócio.

A Associação de Mini-Produtores de Córrego e Sítios Reunidos (AMPC) está situada no Sítio Córrego e está há 10 km da sede do município tendo como objetivo estruturar e organizar os agricultores familiares das comunidades.

A AMPC possui 212 associados todos envolvidos com a cultura do cajueiro, sendo 80 mulheres e 40 jovens.

Fonte: Edinaldo Moreno/Da redação Jornal De Fato
Foto: Vivian Galvão. 

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