terça-feira, 8 de abril de 2014

Artigo do deputado Kelps Lima de interesse da sociedade potiguar


A ILUSÃO DAS VERBAS FEDERAIS E O CARRO ZERO NA GARAGEM

Que o Rio Grande do Norte passa por uma enorme crise e uma situação administrativa que beira o caos, todos nós já sabemos. Que o repasse de recursos federais para obras estruturantes ajudam o Estado, ninguém tem dúvida.

O que poucos políticos tem coragem de dizer é que NÃO SERÃO OS RECURSOS FEDERAIS QUE IRÃO MELHOR A ATUAL SITUAÇÃO DO NOSSO ESTADO.

Isso mesmo, nosso maior problema é local e de gestão, e não serão recursos federais que irão resolver esse problema.

Vamos fazer uma comparação com a vida financeira do cidadão comum. Se você ganha R$ 2.000,00 (dois mil reais) por mês e tem uma despesa de R$ 3.000,00 (três mil) e uma amigo lhe der dois carros novos de presente, com a condição de que você não poderá vendê-los, mas, somente usá-los, sua vida cotidiana ficará melhor? Provavelmente não. Seu problema consiste em criar mecanismos para diminuir suas despesas e aumentar sua receita, para isso só existe um remédio: bom gerenciamento. Esse é o maior problema do Governo do Estado.

Vamos dar alguns exemplos:

ü  Em Mossoró existem equipamentos que custaram R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), doados pelo Governo Federal, e não foram usados porquê o Estado não consegue construir uma sala adequada e treinar seus servidores;

ü  A Secretaria de Segurança devolveu R$ 12.000.000,00 (doze milhões) de reais em recursos federais para reformas das delegacias porquê não conseguiu atender tecnicamente as exigências do convênio;

ü  Uma viatura da Polícia Militar na cidade de São Paulo do Potengi recebe 25 litros de Gasolina por dia, mas tem de vir até Natal para abastecer, gastando tempo, encarando o trânsito e consumindo o pouco e escasso combustível.

ü  O Governo do Estado passou três anos e quatro meses para poder nomear um cargo comissionado na área de turismo que soubesse falar inglês.

Muitos são os exemplos de que o amadorismo e a politicagem geram gigantescos prejuízos administrativos ao Estado e não serão Recursos Federais que irão resolver estes problemas.

É claro que se tivermos um bom projeto administrativo e de desenvolvimento poderemos alavancar nosso crescimento com a captação de recursos para investimentos em infraestrutura. Mas, precisamos, paralelamente a isso, arrumar a  casa do ponto de vista administrativo.

Para começar precisamos adotar critérios técnicos para ocupação dos cargos comissionados, implantar a meritocracia no serviço público, implantar políticas modernas de gestão, tais como: planejamento logístico, modernização do sistema de compras, adoção de índices de desempenho para os secretários. Após isso, precisamos adotar um plano de desenvolvimento que contemple os setores com maior potencial econômico do Estado.

Por fim e, fundamentalmente, o próximo Governador precisa convencer a população que passaremos por uma reconstrução e mostrar com ATITUDES que podemos mudar o Estado.

A grande transformação do RN depende de atitudes locais, dos governantes e da sociedade. Recursos Federais ajudam, mas não resolvem.

Kelps Lima
Deputado Estadual no Rio Grande do Norte.

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