domingo, 14 de setembro de 2014

Turismo no interior do RN continua à espera de ações concretas

Mais uma vez, a história de fomento ao turismo vem à baila. Principalmente na chamada interiorização. O discurso é sempre o mesmo em período de eleição, mas pouco se fez para garantir que o setor possa se sustentar e garantir emprego e renda no Oeste e Alto Oeste do Rio Grande do Norte. De concreto, apenas a duplicação da RN-013, que liga Mossoró a Tibau, bem como a RN litorânea Dehon Caenga, entre Grossos e Tibau. Outros avanços, pequenos, constataram-se ao longo da última década, mas que não possibilitaram incremento à área turística do interior.

Criou-se a Associação dos Municípios da Costa Branca, que envolve o eixo litoral que compreende Areia Branca e Macau. Apenas reuniões aconteceram. Nenhuma ação concreta, contudo, se deu. E, mesmo dispondo de atrativos que poderiam garantir sustentação ao turismo, os municípios continuam esperando algo mais efetivo. Falou-se na construção de uma ponte entre Areia Branca e Grossos. Criou-se expectativa com o discurso de que empregos seriam gerados e que a economia regional seria alavancada. Os anos se passaram e nada aconteceu.

Agora, mais uma vez, a interiorização do turismo é destaque em programas de candidatos que disputam o Governo do Estado. Palavras, a exemplo de anos eleitorais anteriores, ficaram apenas no papel. Fosse diferente, algo teria sido feito para melhor aproveitamento do litoral de Areia Branca, que apresenta praias inexploradas e que poderiam ser inseridas em um contexto amplo do turismo potiguar. Bem como as que se localizam em Grossos, bem como das riquezas turísticas que se encontram no Alto Oeste, como o Lajedo do Soledade, em Apodi, ou da área propícia ao turismo de aventura em Patu, Martins e Luís Gomes.

Costumes e culturas não estão sendo aproveitados, como se fossem algo destoante do que se pensa sobre o turismo. Assim acontece com as casas de farinha de Martins – que ainda apresenta uma ou outra família que conserva a tradição. Algo que não se tem mais em Grossos, onde a atividade cedeu espaço à atividade salineira por ausência de incentivos e apoio. Não se vê, também, aproveitamento das areias coloridas de Tibau na confecção das antigas “garrafas de areia colorida” que ganharam o mundo e serviram de renda para famílias inteiras durante algum tempo.

Aos que têm interesse em conhecer as particularidades turísticas do interior do Rio Grande do Norte, o problema começa pela chegada: Mossoró, principal cidade do Oeste, não dispõe de voo comercial, apesar de contar com o aeroporto Dix-sept Rosado. Até que se tentou manter linha aérea Mossoró/Natal e Mossoró/Fortaleza. Mas não se obteve êxito.

Além disso, não se tem projetos consistentes e de abrangência regional ao turismo interiorano. Não se vê, por exemplo, continuidade em divulgação por parte das Prefeituras, e estas se preocupam em atrair visitantes apenas em períodos de carnaval ou em algum evento que já tem alguma tradição, como o Mossoró Cidade Junina e o São João de Assú.

Fosse diferente, não se teria avanço do mar em Tibau, Grossos, Areia Branca e Macau. Nas duas primeiras, casas já foram derrubadas e o avanço das dunas se constitui em problema a mais para os nativos e visitantes. Entre Tibau e Grossos, por exemplo, o motorista que não conhecer a RN Dehon Caenga pode sofrer algum tipo de acidente, já que a areia tem invadido a pista e não se tem, por parte das Prefeituras ou do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER), a preocupação em se manter serviço de manutenção permanente.

Fonte: DeFato.

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