domingo, 17 de maio de 2015

Produção de caju vai ter redução de 90% no ano de 2015

Ignorado pelo poder público, o setor da cajucultura potiguar vem perdendo espaço no cenário nacional e os produtores acumulam prejuízo, com a queda na produção. O Rio Grande do Norte, que já ocupou a segunda posição no País, agora oscila entre a terceira e a quarta posição. O espaço que era do Estado potiguar agora pertence ao pequeno Estado do Piauí.

A plantação de cajueiro ocorre em praticamente todo o Rio Grande do Norte, principalmente nas regiões Oeste, Alto Oeste, Seridó e Zona da Mata. Assim era o cultivo do cajueiro para a obtenção da castanha, que já foi o principal produto de exportação do Estado. Mas, o forte período da estiagem e a presença da mosca-branca mudaram a paisagem e a cajucultura potiguar não conseguiu segurar o ritmo de produção nos pomares. Apesar de ainda figurar entre os principais produtos da pauta de exportação do Rio Grande do Norte, a castanha de caju apresentou um declínio na exportação da ordem de 15,6% no ano passado.

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), em 2014, o setor negociou no comércio exterior cerca de 20 milhões de dólares relativos à produção de milhares de toneladas de amêndoa, ficando em segundo lugar entre os itens mais exportados. Alguns produtores, no entanto, tiveram de importar castanha do Piauí para cumprir seus contratos de exportação.

Para tentar reverter essa situação, os produtores estão buscando apoio do Governo e entidades de ligadas ao setor para implantação de novas técnicas de manejo e melhoramento produtivo. Todos são unânimes em afirmar que o ano de 2015 é decisivo para reerguer essa cadeia produtiva.

A Emater afirma que a produção de castanha vem sofrendo um declínio gradativo. Somente no ano passado, houve uma redução de quase 50% na produção de amêndoa. “Nos anos de inverno regular, a produção do Rio Grande do Norte ultrapassava as 50 mil toneladas”, ressalta o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Emparn, Simplício Holanda.

Segundo o técnico, no ano passado, os números de produção de castanha no Estado não ultrapassaram as 25 mil toneladas, e para este ano a perspectiva não é muito animadora. Em fevereiro deste ano, ele falou sobre o assunto. “Para 2015, os esforços são para chegarmos ao número de 35 mil toneladas, mas para isso, além da chuva, é preciso recuperar cerca da metade da plantação.” As chuvas ficaram abaixo da média e não foi iniciado o processo de recuperação da área plantada. As intervenções têm se concentrado na recuperação de pomares, como no caso de um projeto piloto desenvolvido em Apodi.

Fonte: Fabiano Souza - Jornal De Fato.

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