terça-feira, 1 de novembro de 2011

Cajucultores se reúnem para buscar melhorias para o setor

Os produtores de castanha e caju do município de Severiano Melo, Rodolfo Fernandes e região reuniram-se ontem na sede da Câmara Municipal de Severiano Melo, para tratar dos problemas que envolvem a cadeia produtiva da cajucultura, sobretudo o preço da castanha.



Apesar da safra ser baixa, em relação a anos anteriores os produtores reclamam da queda no preço que em menos de dois meses reduziu de R$3,00 para R$1,20 por quilo, o que não se encontra explicação para tal fato. “Estamos a mercê da indústria que determina o preço da castanha a qualquer momento sem dar nenhuma explicação plausível a nós produtores” relata o produtor Fernando de Teta.


A reunião contou com mais de cinqüenta produtores de todas as comunidade rurais do município de Severiano Melo, Rodolfo Fernandes, Itau, Apodi e demais municípios que não puderam estar presentes, mas no entanto mantiveram contato por telefone dando aval a reunião e ao que dela fosse decidido.


O que não entendemos é o fato de estar havendo aumento médio de 5 a 8% no consumo da amêndoa, enquanto a cada ano há redução na produção, e no entanto as leis de mercado não prevalecem para o setor – a lei da oferta e procura, não existe, o que nos apresenta a simplesmente a vontade da indústria em determinar o seu preço.


Não queremos briga com a indústria, o que buscamos é mais igualdade e divisão nos lucros, pois da forma como está a atividade da cajucultura irá caminhar para o que aconteceu com outros produtos como: a carnaúba, o algodão, o feijão e muitos outros que por falta de políticas públicas estão em extinção nas pequenas e médias propriedades rurais. Diversos setores da atividade agrícola e pecuária estão organizados, como a fruticultura, a cadeia leiteira, e.t.c, no entanto a cajucultura no Rio Grande do Norte está em completo abandono, ao menos em nossa região.


Os produtores, acordaram alguns pontos que irão levar a público, tais como: Formação de uma comissão para ir até o Governo do Estado e a órgãos do governo Federal, Assembléia Legislativa, Indústrias e especialmente visitar todos os municípios produtores do RN e manter contato com os produtores dos demais Estados para que ocorra uma união em torno da cajucultura; também ficou acertado que ninguém irá comercializar o produto a menos de R$1,50 por quilo; também estará sendo marcado atos públicos de protesto para mostrar as autoridades do Brasil e do mundo a exploração cruel exercida pela indústria sobre o produtor.


“Queremos ser tratados como parceiros da indústria e não como escravos desta.” Frisou o produtor Josimar Holanda”.


Segundo dados publicados no blog da cajucultura, a indústria de beneficiamento de castanha de caju tem capacidade para beneficiar até 420mil toneladas ano, enquanto nossa produção só atinge as 200 mil/t/ano, dessa forma e diante do quadro avassalador que se encontra a cadeia produtiva da cajucultura haverá quebras e ruínas cada vez maiores nas propriedades rurais que tem sua renda baseada nesse setor produtivo.


É preciso que os nossos governantes intervenham com urgência no setor, a fim de proporcionar mais dignidade ao produtor rural.


A luta apenas começou, iremos a todos os setores que se fizer necessário e mostraremos ao mundo, especialmente aos importadores de nossa castanha o tipo de relação comercial que a indústria vem depreendendo para com os produtores, pois o que deveria ser uma relação de integração, está transformada em exploração cruel e desumana.


Por: Elano Gomes Pinto - http://fmbomlugar.blogspot.com/

2 comentários:

  1. morador da chapada é agredido por funcionarios do DNOCS por não aceitar ser expulso de sua terra, veja onde chegamos minha gente.

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  2. E OS POLITICOS DE APODI ESTÃO TODOS DE BRAÇOS CRUZADOS E ASSISTINDO DE CAMAROTE A EXPULSÃO DOS MORADORES DA CHAPADA.

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