terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Ufersa comemora produção de uvas e planeja cultivar maçãs, pêssego e caqui


Que o Rio Grande do Norte é conhecido pela produção de frutas tropicais irrigadas já não é novidade, mas o que pouca gente ainda sabe é que o estado agora está começando a ser um produtor de frutas não tão comuns para a região. A uva, por exemplo, já é uma realidade em algumas áreas potiguares e é uma cultura promissora. A introdução da viticultura no semiárido ganhou força com a pesquisa de Django Jesus Dantas, aluno do pós-doutorado do Programa de Fitotecnica da Ufersa.

Django iniciou os experimentos com uva no semiárido em 2010 na Fazenda Experimental da Ufersa. Nesses 8 anos, já foram realizadas inúmeras análises com ótimos resultados. O pesquisador iniciou os testes com as variedades de uva Itália, Izabel e Niagara e de uns tempos pra cá começou a experimentar também variedades de uvas sem sementes do tipo Ísis e Vitória lançadas pela Embrapa em 2013 e atualmente bem produzidas no Vale do São Francisco, entre Pernambuco e Bahia.

No Rio Grande do Norte, a variedade Ísis começou a ser plantada graças a um Acordo de Cooperação Técnica entre a Ufersa, o IFRN e o SEBRAE. O plantio foi realizado numa área do Instituto Federal, em Apodi, com o acompanhamento do pesquisador Django e também dos professores Glauber Henrique Nunes, da Ufersa, e Renato Alencar, do IFRN. Pelo que foi firmado, as pesquisas com as variedades da uva ficaram sob a responsabilidade da Ufersa e do IFRN e a extensão, a iniciativa de levar o projeto para produtores, ficou a cargo do SEBRAE.

Plantados em janeiro de 2017, os primeiros parreirais da variedade Ísis no RN já cresceram em média 1,80 metro e estão dando os primeiros cachos. As uvas enchem os olhos dos pesquisadores e de todos os visitantes. Segundo Django, esse experimento testa duas variedades copa e duas variedades porta-enxerto. Com os cachos formados, a colheita se aproxima e mais análises também. As uvas sem sementes estão sendo avaliadas em laboratórios para verificar, entre outras características, o “brix” que é o teor de doçura da fruta. A ideia é deixar as uvas na condição necessária para a exportação.

As pesquisas realizadas logo no início na Fazenda Experimental da Ufersa e agora no IFRN comprovam que o Rio Grande do Norte, mais precisamente o seu semiárido, tem um grande potencial para o desenvolvimento da viticultura, que já é uma realidade em algumas áreas. Em Martins, na Região Serrana, por exemplo, tem produtores plantando uvas com o objetivo de abrir uma vinícola.

Segundo Django, as pesquisas começaram e devem ter continuidade. A produção de uvas no Rio Grande do Norte chega para diversificar a produção e assim mexer na cadeia produtiva onde tem o melão como um dos principais produtos de exportação no momento.

A uva foi a primeira a ser testada, mas o professor da Ufersa, Glauber Nunes, adianta que novas cultivares também começarão a ser experimentadas no semiárido em breve como a maçã, a pêra, o pêssego e o caqui. Todas essas pesquisas e análises mostram a importância da ciência para a sociedade e para o Brasil.

Fonte: Ufersa.

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