Mais uma vez ficamos no “quase”

Mobilização Social ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade ou uma sociedade decide e age com um objetivo comum, buscando, quotidianamente, resultados decididos e desejados por todos.

Há alguns anos, desde 2006, mais precisamente, estamos tentando criar essa consciência nos concidadãos apodienses que vivem no distrito de Soledade ou no seu entorno. Temos tido um avanço considerável, mas ainda estamos no “quase”.

Partindo do princípio que, a participação em um movimento social deve ser um ato voluntário de cada um, temos procurado conscientizar os principais atores da nossa comunidade, da necessidade de focarmos naquilo que queremos para melhoria do quotidiano de todos. Mas, essa decisão depende essencialmente das pessoas se verem ou não como responsáveis e como capazes de provocar e construir mudanças.

Quando as pessoas assumem que têm nas mãos o seu destino e descobrem que a construção da sociedade depende de sua vontade e de suas escolhas, aí a democracia pode tornar-se uma realidade.

Podemos citar como exemplo, o movimento social encabeçado pelo professor Flaviano Monteiro, que mais tarde veio se transformar em um movimento político, mas sem perder o foco, culminado com uma larga vitória política no pleito eleitoral de 2012. É preciso reconhecer a boa articulação desse movimento social e político, denominado nova geração, que conseguiu imprimir na sociedade apodiense, um desejo de mudança, um norte que aponta para mudanças que só o tempo dirá se realmente acontecerão ou não. O fato é que conseguiram de forma admirável os seus objetivos.

Não aceitar a responsabilidade pela realidade em que vivemos é, ao mesmo tempo, nos desobrigarmos da tarefa de transformá-la, colocando na mão do outro a possibilidade de agir. É não assumirmos o nosso destino, não nos sentimos responsáveis por ele, porque não nos sentimos capazes de alterá-lo.

Os atores sociais do distrito, entre os quais eu me incluo, com muito orgulho não pecaram por omissão. Tentamos através de algumas reuniões tomarmos uma decisão correta em relação ao pleito de 2012, mas não conseguimos convergir para uma só candidatura, para cada um dos lados (situação e oposição), como era o nosso objetivo, acho que por questões ideológicas e/ou de militância partidária. Entretanto, conseguimos ao menos conversar ou provocar uma conversa entre os potenciais candidatos, embora isso não tenha sido suficiente. Mais uma vez ficamos no quase.

 

Na democracia, o público, o que convém e interessa a todos, se constrói e se fortalece na sociedade civil. A força do público e das instituições públicas tem origem no fato de que eles sintetizam e representam os interesses, contraditórios ou não, de todos os setores da sociedade.

Cidadão é a pessoa capaz de criar ou transformar, com outros, a ordem social e a quem cabe cumprir e proteger as leis que ele mesmo ajudou a criar.

Parabenizamos daqui, aos suplentes de vereador Zé Targino (657 votos) e Raimundo Moizés, que também é Targino (655 votos) suplentes de vereador, extensivo também a Ailton Tenório e Bira que colocaram os seus nomes a disposição do processo democrático. Não poderia deixar de parabenizar os atores sociais que encamparam uma luta, sem precedentes, para constituirmos um representante da comunidade. Não vou citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém e cometer injustiça, mas são muitos. Não considero que tenhamos falhado, avançamos bastante e para mim ficou mais claro que estamos no rumo certo.

Por Vandilson Targino, Tecnólogo em Administração Pública.

Adaptado do texto de Bernardo Toro, escritor, filósofo e educador colombiano, um dos mais importantes pensadores da educação e democracia na América Latina.